quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Deus é amor...


Introdução

Este texto foi preparado especialmente para que tenhamos um conhecimento maior do amor que Deus tem por nós. Quando conhecemos aquilo que até então estava desconhecido, passamos a ter confiança na medida em que nos proporciona uma felicidade completa. Deus nos ama e para muitos esse amor ainda é algo desconhecido.
Quero convidar você a mergulhar no amor de Deus, a se deixar amar por Deus, e nele depositar todas as tuas preocupações e aflições, para que possa ter uma vida cheia de esperança e com Cristo ressuscitar para uma nova primavera.


Deus é amor...

“E nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e acreditamos nesse amor. Deus é amor: quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.”
1Jo 4,16.

Esta afirmativa do Apostolo São João, nos motiva a crer em um Deus-Amor, ele nos apresenta um Deus que permanece em nós se permanecermos no seu amor. Deus é Amor, e se Ele é amor parte Dele a iniciativa de nos amar: “Nisto está a caridade: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas ele que nos amou...” I Jo 4,10. Este amor se manifesta em nós de diversas formas e com muitas características, vejamos:
“O amor jamais passará” I Cor 13,8a. Este amor é eterno, pois Deus nos ama na sua condição divina, e não como um homem, como nos afirma Oséias 11,9b. “Eu sou Deus, e não um homem”. E por ser eterno esse amor por nós “...mesmo que os montes se retirem e as colinas vacilem, meu amor nunca vai se afastar de você” Is 54,10a. quando todos nos abandonam e com mesquinharias se afastam de nós, ainda assim permanece em nós o amor de Deus, por que ele é um Pai zeloso, que cuida de seus filhos mesmo quando estes não o procuram, quanto mais se nos abandonarmos nesse amor.
Pois se nos abandonamos no amor de Deus, e com amor de filhos amarmos a Ele, passaremos a compreender que a vida tem um sentido melhor do que quando nos foi apresentada pelo mundo secular, onde se apresenta a felicidade na busca de bens materiais, que com tempo se acabará e logo terá que se buscar novamente. O amor de Deus é eterno e não se acaba, por isso a vida do cristão passa a ter um sentido próprio de realização, por que como na parábola do filho pródigo, o Pai nos dirá: “este meu filho estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado” Lc 15,24a.
Deus é Pai, e se somos seus filhos nos tornamos irmãos de Jesus, e com esta graça que recebemos através da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, podemos chamar a Deus como carinhosamente uma criança clama por seu Pai: “...mas recebeste o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” Rm 8,15b. Já não erguermos a voz somente para dizer, Adonai ou então El-Shadai, mas com o espírito de adoção que recebemos agora podemos dizer Papai Querido, meu Papaizinho este amor que Ele manifesta por nós, nos leva a ter uma intimidade com Deus-Pai.
Na Parábola do Filho Pródigo, o Pai carinhosamente manifesta o desejo de acolher o filho que estava perdido, e o convida para um grande banquete Lc 15,23-24. Este banquete é certamente um convite pessoal do Pai para que tornemo-nos íntimos seus. Pois o Pai sempre está disposto a acolher seu filho e novamente introduzi-lo no seio da família.
Portanto, abandonemo-nos no amor de Deus e deixemo-nos ser amado por Ele.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O PRÉ-CONCEITO RACIAL E A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA


“Será que andaram juntos duas pessoas se não tiverem de acordo?”

Amós 3,3

Negros, brancos, índios e mestiços, na essência todos somos pessoas humanas. O Ser Cristão, não é somente gostar de ouvir a palavra de Jesus, mas assumir a causa da justiça e da paz. Defender a vida deve ser uma importante tarefa para todos nós.

A vocação maior de todo Cristão é AMAR, pois o amor nos faz compreender a entrega que Cristo fez de sua vida para redimir a humanidade inteira de seus pecados. O Pré-conceito racial e a intolerância religiosa, certamente não agrada o coração bondoso de Jesus. Como diz o profeta Amós 3,3: “andaram juntas duas pessoas se não tiverem de acordo?” essa pergunta perturba e intriga muitas pessoas, sobretudo quando se fala de um mundo melhor, e muitas vezes se pratica atos contra o negro e um puritanismo a cerca da questão religiosa.

Assumir a causa do negro é sobretudo assumir a nossa origem, se temos um Brasil cheio de riquezas culturais e materiais, se muitas vezes somos caracterizados como um povo acolhedor e ricos de belezas naturais, devemos aos nossos primeiros habitantes: os índios, mas com uma grande contribuição do negro africano que aqui chegou como escravo e muito trabalhou para o progresso desse país.

Sejamos ousados, e juntos vamos caminhar assumindo a causa de Cristo, que veio para que todos tivessem vida e vida em abundância, isso inclui o negro e sua religiosidade. Portanto, ouvindo o apelo de Jesus, que quer dar vida em abundância a todos, vamos dar as mãos e formar uma única roda, não a roda dos negros, dos brancos, dos índios e dos mestiços, mas sim a roda onde todos e todas, marchemos a favor da VIDA.

Diego da Silva Mourão

Vocacionado Redentorista 2009.

Vice-Província de Manaus

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

VIVENDO CATOLICAMENTE: PENSANDO NOS SANTOS DAS MATAS


Este trabalho pretende ser uma leitura da função da cultura religiosa africana na formação do catolicismo popular brasileiro; neste sentido, vamos perceber que historicamente no Brasil escravista, teremos dois lugares onde o negro teve acesso à sociedade: o terreiro da casa grande e a senzala, lugares estes de onde influenciou e foi influenciado pelas culturas portuguesa e indígena.

Na senzala a situação era de não-gente, peça de produção. O negro não era Dodô de si, mas posse do seu senhor ou senhora.

Já no terreiro, percebemos a instalação de um novo modo de ser, conservação da cultura, fé, identidade, dos costumes estruturantes da vida, foi o lugar onde o negro se fez e sentiu-se gente. No terreiro refundava-se em terras brasileiras sua história, vida e costumes.

Com o ajuntamento de escravos de diferentes nações africanas numa mesma fazenda, o que impedia sua comunicação e possibilidades de insurreição, pois falavam de início línguas diferentes, o terreiro se sobressai como o lugar de sobrevivência das características de cada um em particular. Formava-se o povo da diáspora africana no Brasil.

Ainda hoje para descobris como ficou preservada a cultura afro no Brasil é só observar a estrutura e organização de uma cerimônia. No terreiro não é mais o pedreiro, a lavadeira, a empregada doméstica, o metalúrgico, não que estas profissões não tenham valor, muito pelo contrario são molas propulsoras no processo de produção, mas desvalorizadas numa sociedade que se preza por atitudes e estilos de trabalhos diferentes do braçal. Na cerimônia dentro do terreiro ao contrario, é um filho de Xangó, de ogum, de Oxalá, etc. é uma filha de Iansã, de Iemonjá, de Oxum, é a realeza africana resistindo à situação de opressão do povo negro. Quando se dá o transe “descida do Santo”, aí é que a beleza está na sua máxima expressão, é momento do encontro do filho com seu “santo” ancestral original, que agora vem se comunicar com ele, trazendo a bênção de Olorum: a paz, a harmonia, e a concordância, a cura de doenças, a resolução de problemas e etc.

Essa riqueza de detalhes percebidos na relação com os orixás ficou conservada dentro da cultura religiosa que se originou no encontro das culturas afro-indigenas e portuguesas no Brasil. Por exemplo, observando a celebração num terreiro, por momentos tem se a impressão de diversas linguagens culturais convivendo de formas harmoniosas, é como que uma reinstalação dos mitos numa nova configuração, mais precisamente, no culto que se presta aos orixás de forma conjunta, aspectos não típicos na sua origem. Olhando por este lado, uma pergunta fica no ar: Como esta realidade cultural foi decodificada e vivida num ambiente cultural diferente que é o cristianismo?

Em que lugares da cultura católica no país colonizado houve oportunidade, acolhida de forma que os descendentes de escravos não se sentissem totalmente abandonados, sem espaço de culto ou religião, e que então, fizesse uma revolução mais violenta contra a situação e voltasse a suas raízes primeiras.

Estas questões se colocam porque, ao tratar do escravo africano, não estamos falando de uma situação de passividade, pois é um povo guerreiro e religioso que não se contenta em estar onde está, se não encontra ali o se pedaço de chão, onde possa bater os pés, cantar e dançar, chamando seus “santos” para o protegerem. Como o africano se tornou católico no Brasil?

Abre-se esta pergunta a necessidade de um aprofundamento da formação cristã, (católica), na colônia, como também um estudo da conservação de elementos culturais afros que “beiram ao exagero”. Como dançar dentro da Igreja, pular, levantar os braços. A população de origem negra conserva e transmite os costumes da religião que privilegia, sobretudo o corpo, porque de tão sagrado que é, ao ser devidamente preparado torna-se por excelência o lugar onde o Orixá irá se manifestar. O corpo é o altar e os “santos” até brigam.

Como então ver isso acontecendo numa Igreja marcada pela negação do corpo enquanto dimensão de prazer?

É na cultura católica popular que vamos perceber mais nitidamente este diálogo, que se dá na ordem de um viver católico tendo por base o pensamento e sentimentos voltados Às matas, cachoeiras, tempestades, ao movimento criador, à festas, à vida. Viver o Axé. Perceber “Deus na Roda com a gente”.

Fr. Vanderlei Santos de Souza, CSsR.

sábado, 7 de maio de 2011

DEVERIA SER PERMITIDO O TRABALHO DE CRIANÇAS OU ADOLECENTES MENORES DE 14 ANOS PARA AJUDAR NO SUSTENTO DA FAMÍLIA?


Na contemporaneidade vivemos intensamente questionando-nos acerca do que é certo ou errado. Mas, isso não é mérito do homem contemporâneo e sim da raça humana, afinal somos dotados de inteligência, sem nos questionarmos acerca das coisas jamais evoluiríamos e viveríamos como no tempo das cavernas. Certamente o trabalho infantil é um destes temas que intriga o pensamento do homem atual e suscita diversos conceitos e normas.

“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus” (Ecle. 3,1). Aprender ter responsabilidade e disciplina é algo fundamental para que um ser humano (criança) cresça com o intuito de uma vida digna e mais humana. A exploração do trabalho infantil não apresenta ao menor uma forma digna e humana de viver. Trabalhar nas carvoarias, pedreiras, madeireiras ou até mesmo a pior de todas as atividades, serem pedintes que compromete o psicológico e o emocional, uma vez que não ensina valores de comportamento morais e muito menos uma forma descente para se viver.

Partindo do pré-suposto de ajudar os pais no sustento da casa, o menor deve aprender a conviver com seus irmãos e ter certo carinho e cuidado consigo e com seus irmãos. Este tipo de trabalho em casa já ajudará bastante para que o pai ou a mãe, ou ainda um terceira pessoa que possa cuidar da criança na ausência ou óbito dos pais, possam buscar na rua um trabalho digno para o sustento da casa.

No entanto, a criança deve estar na escola, ter lazer e pela fragilidade da idade um bom descanso. Saber administrar o tempo será um desafio que esse menor enfrentará. Quando se encontra sobrecarregado com um trabalho externo, perde-se o sentido de ser criança, não que seja contra um adolescente ter uma atividade de no maximo 4h/dia, ajudando seus pais em uma lanchonete ou na loja da família, ou até mesmo fazendo farinha. Mas que o mesmo aprenda a administrar seu tempo e valorize a fase de vida em que está inserido, onde os estudos devem ser o foco principal para que em um futuro não muito longe, possa ter uma profissão e dar sustento a sua própria família.

O que muitas vezes acontece são pais que, em vez de ter seus filhos como apenas um suporte para o sustento familiar, mas na maioria das vezes os tem como o único sustento. Podemos perceber que, em grande parte desses casos, os pais são pessoas altamente autoritárias e não buscam desenvolver uma atividade, pondo toda responsabilidade nos menores e tirando sua forma infantil de viver e de aprender o verdadeiro sentido da vida.

Diego da Silva Mourão

quarta-feira, 23 de março de 2011

Apelo do Papa João Paulo II aos Jovens


"Precisamos de Santos sem véu ou batina.
Precisamos de Santos de calças jeans e tênis.
Precisamos de Santos que vão cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.
Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade.
Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar e que saibam namorar na pureza e castidade, ou que consagrem sua castidade.
Precisamos de Santos modernos, Santos do século XXI com uma espiritualidade inserida em nosso tempo.
Precisamos de Santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais.
Precisamos de Santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo.
Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas, que escutem discman.
Precisamos de Santos que amem a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer pizza no fim-de-semana com os amigos.
Precisamos de Santos!" Sancti Patris Benedicti

Papa João Paulo II